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A mostrar mensagens de novembro, 2013

A Casa

                             A casa ergue-se numa colina, nas proximidades de uma aldeia. Sobreviveu a pragas, foi habitada por várias gerações de uma família e, pedra sobre pedra, assistiu ao passar dos anos, das décadas e dos séculos. Tornou-se numa lenda, mas foi votada ao abandono, até que, no século XX, voltou a renascer. A casa das vinte mil histórias foi testemunha de mil e uma vicissitudes: felicidade e desgraça, celebrações e colheitas, guerra e paz...  Esta é a sua história, de 1900 em diante, narrada por Patrick Lewis em pinceladas poéticas de grande valor literário. As ilustrações hiper-realistas do premiado artista Roberto Innocenti fazem-nos viajar pelo tempo: desde as mudanças sazonais até à transformação da paisagem, passando pelos velhos costumes que vão mudando com o avanço da tecnologia.                            J. Patrick Lewis (texto)          Roberto Innocenti (ilustração)          Gabriela Rocha Alves (tradução)~ Editora Kalandraka

Adeus...

  Adeus   Já gastámos as palavras pela rua, meu amor, e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes. Gastámos tudo menos o silêncio. Gastámos os olhos com o sal das lágrimas, gastámos as mãos à força de as apertarmos, gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis. Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada. Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro; era como se todas as coisas fossem minhas: quanto mais te dava mais tinha para te dar. Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes. E eu acreditava. Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis. Mas isso era no tempo dos segredos, era no tempo em que o teu corpo era um aquário, era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes. Hoje são apenas os meus olhos. É pouco, mas é verdade, uns olhos como todos os outros. Já gastámos as palavras. Quando agora digo: meu amor , já se não passa absolutamente nada. E no

O importante é nunca desistir :)

  Cada vez mais gosto da minha profissão... Numa das escolas onde vou semanalmente existe um menino que hoje me fez muito feliz :)) Chama se Ivo e anda no 2 ano. O Ivo é um menino com muitas dificuldades de aprendizagem e vive no seio de uma família com muitas carências. Tem um olhar terno e quer saber sempre tudo.  No principio do ano lectivo o Ivo abordou me e disse me que queria muito aprender a ler nessa altura nem uma palavra conseguia soletrar.Eu disse lhe que ele tinha que se esforçar e nunca desistir. A partir desse dia o Ivo começou a frequentar a Biblioteca frequentemente e la ia buscar um livrinho e começava a soletrar. De Outubro a esta parte e com a ajuda da professora o Ivo finalmente aprendeu a ler :)). Hoje mal cheguei a Biblioteca la estava ele com um sorriso de orelha a orelha, deu me um abraço e disse me baixinho: "Ritinha ja sei ler!!" E la foi buscar um livro a estante e começou a ler quase perfeitamente... O meu coração encheu se de al

Creio que Irei Morrer

Creio que irei morrer.   Mas o sentido de morrer não me move,   Lembro-me que morrer não deve ter sentido.   Isto de viver e morrer são classificações como as das plantas.   Que folhas ou que flores têm uma classificação?   Que vida tem a vida ou que morte a morte?   Tudo são termos onde se define.   Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"   Heterónimo de Fernando Pessoa

Perdi-me dentro de mim ...

Perdi-me dentro de mim  Porque eu era labirinto,  E hoje, quando me sinto,  É com saudades de mim.     Passei pela minha vida  Um astro doido a sonhar.  Na ânsia de ultrapassar,  Nem dei pela minha vida...  Mário de Sá-Carneiro

Melhor amigo...

 Hoje disseste me que os dias para ti eram todos bestiais :)) O meu coração encheu se de alegria... És um heroi muito mais forte do que o teu Homem Aranha ou o teu Batman. Tens derrubado todos os muros que tens encontrado no teu caminho.   És o meu Herói :)))

Novas vozes do fado

Gosto de fado desde que me lembro ser gente. Sempre fui e sou muito fiel a Amália, para mim irá ser sempre a alma do fado. Entretanto novas vozes tem surgido. Ouvi pela primeira vez a Gisela João e adorei... Aqui deixo um bocadinho... Espero que gostem :))

É fácil trocar as palavras...

"É fácil trocar as palavras, Difícil é interpretar os silêncios! É fácil caminhar lado a lado, Difícil é saber como se encontrar! É fácil beijar o rosto, Difícil é chegar ao coração! É fácil apertar as mãos, Difícil é reter o calor! É fácil sentir o amor, Difícil é conter sua torrente! Como é por dentro outra pessoa? Quem é que o saberá sonhar? A alma de outrem é outro universo Com que não há comunicação possível, Com que não há verdadeiro entendimento. Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição De qualquer semelhança no fundo."   Fernando Pessoa

Tigresa

Uma tigresa de unhas Negras e íris cor de mel. Uma mulher, uma beleza Que me aconteceu. Esfregando a pele de ouro marrom Do seu corpo contra o meu Me falou que o mal é bom e o bem cruel. Enquanto os pelos dessa Deusa tremem ao vento ateu, Ela me conta, sem certeza, Tudo o que viveu: Que gostava de política em mil Novecentos e sessenta e seis E hoje dança no Frenetic Dancin? Days. Ela me conta que era atriz E trabalhou no Hair. Com alguns homens foi feliz, Com outros foi mulher. Que tem muito ódio no coração, Que tem dado muito amor, Espalhado muito prazer e muita dor. Mas ela ao mesmo tempo diz Que tudo vai mudar, Porque ela vai ser o que quis Inventando um lugar Onde a gente e a natureza feliz, Vivam sempre em comunhão E a tigresa possa mais do que o leão. As garras da felina Me marcaram o coração, Mas as besteiras de menina Que ela disse, não. E eu corri pra o violão num lamento E a manhã nasceu azul. Como

Quando Está Frio no Tempo do Frio

Quando está frio no tempo do frio, para mim é como se estivesse agradável, Porque para o meu ser adequado à existência das cousas O natural é o agradável só por ser natural. Aceito as dificuldades da vida porque são o destino, Como aceito o frio excessivo no alto do Inverno — Calmamente, sem me queixar, como quem meramente aceita, E encontra uma alegria no fato de aceitar — No fato sublimemente científico e difícil de aceitar o natural inevitável. Que são para mim as doenças que tenho e o mal que me acontece Senão o Inverno da minha pessoa e da minha vida? O Inverno irregular, cujas leis de aparecimento desconheço, Mas que existe para mim em virtude da mesma fatalidade sublime, Da mesma inevitável exterioridade a mim, Que o calor da terra no alto do Verão E o frio da terra no cimo do Inverno. Aceito por personalidade. Nasci sujeito como os outros a erros e a defeitos, Mas nunca ao erro de querer compreender demais, Nunca ao erro de querer compreender só corri a inteligência, Nun

Uma escuridão bonita

  O medo do escuro talvez seja o primeiro grande desafio da infância. Alguns cientistas afirmam inclusive que esse medo está em nosso DNA desde o início dos tempos. Nós humanos, na ausência de luz, podemos imaginar as coisas mais terríveis quando enganados pelos outros sentidos: sombras que tomam formas de monstros e barulhos estranhos que não nos deixam dormir à noite. Mas basta crescermos um pouco para a imaginação colocar a escuridão do nosso lado. As sombras que antes assustavam se transformam em brincadeira na parede mais próxima – o que na juventude pode servir para alimentar boas conversas, inventar histórias e realizar encontros mágicos. Uma escuridão bonita   fala da beleza desses encontros. Um casal de jovens aproveita a falta de luz em sua cidade para trocar algumas palavras sobre suas vidas e, assim, se descobrem aos poucos. Uma história escrita pelo premiado escritor angolano Ondjaki sobre as coisas não ditas, mas que acabam por preencher os jovens corações sem medo da

Com Fúria e Raiva

Com Fúria e Raiva  Com fúria e raiva acuso o demagogo E o seu capitalismo das palavras Pois é preciso saber que a palavra é sagrada Que de longe muito longe um povo a trouxe E nela pôs sua alma confiada De longe muito longe desde o início O homem soube de si pela palavra E nomeou a pedra a flor a água E tudo emergiu porque ele disse Com fúria e raiva acuso o demagogo Que se promove à sombra da palavra E da palavra faz poder e jogo E transforma as palavras em moeda Como se fez com o trigo e com a terra Sophia de Mello Breyner Andresen, in "O Nome das Coisas"

Amélie

"São tempos difíceis para os sonhadores..."       O Fabuloso Destino de Amélie Poulain  

Um bocadinho ali e outro acolá

Wonderful days...

 

Revolutionary Road

Revolutionary Road Foi muito bom rever este excelente filme... Muito bom!!         Baseado no aclamado romance de Richard Yates, o filme acompanha a história de um jovem casal em busca de uma vida plena numa época marcada pelo conformismo. Aprisionados num mundo de convenções codificadas, eles sonham sem fé, à medida que as mentiras e a ilusão despoletam consequências explosivas. Direção: Sam Mendes Roteiro: Justin Haythe Música composta por: Thomas Newman Prêmios: Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático , Satellite Award de melhor ator coadjuvante em filme de drama

Quero apenas cinco coisas..

Quero apenas cinco coisas.. Primeiro é o amor sem fim A segunda é ver o outono A terceira é o grave inverno Em quarto lugar o verão A quinta coisa são teus olhos Não quero dormir sem teus olhos. Não quero ser... sem que me olhes. Abro mão da primavera para que continues me olhando. Pablo Neruda

Voltei...

Voltei... Depois de ter andando quase dois meses com os pés bem assentes na terra cá estou eu mortinha para andar na Lua ;)))