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Mensagens

A mostrar mensagens de junho, 2013

Costurando leituras

Uma sombra, boa música e um bom livro. Coisas simples da vida :)

Maia noite em Pequim Autor Paul French Bertrand Editora Como o assassinato de uma jovem inglesa assombrou os últimos dias da antiga China.   Janeiro de 1937: Pequim é uma mistura inebriante de privilégios e escândalos, de bares e casas de ópio, de senhores da guerra e corrupção, de rumores e superstições – e o final de tudo isto aproxima-se rapidamente. No selecionado Bairro das Legações, os residentes estrangeiros aguardam impacientemente pelo inevitável. As tropas japonesas já ocuparam a Manchúria e preparam-se para rumar a Sul. Corre o rumor que Chiang Kai-shek e o seu governo instável, que há muito se mudaram para Nanquim, estão dispostos a negociar com Tóquio, abandonando Pequim à sua sorte. Cada dia que passa eleva os níveis de ansiedade tanto para os chineses como para os estrangeiros que se encontram no interior das antigas muralhas da cidade. Numa dessas muralhas, próxima dos perigosos descampados, existe uma enorme torre de vigia – assombrada, segundo os locais

No teu poema

Hoje acordei com o som desta música na minha cabeça. Adoro :)) No teu poema Existe um verso em branco e sem medida Um corpo que respira, um céu aberto Janela debruçada para a vida No teu poema existe a dor calada lá no fundo O passo da coragem em casa escura E, aberta, uma varanda para o mundo. Existe a noite O riso e a voz refeita à luz do dia A festa da Senhora da Agonia E o cansaço Do corpo que adormece em cama fria. Existe um rio A sina de quem nasce fraco ou forte O risco, a raiva e a luta de quem cai Ou que resiste Que vence ou adormece antes da morte. No teu poema Existe o grito e o eco da metralha A dor que sei de cor mas não recito E os sonos inquietos de quem falha. No teu poema Existe um canto, chão alentejano A rua e o pregão de uma varina E um barco assoprado a todo o pano Existe um rio O canto em vozes juntas, vozes certas Canção de uma só letra                                            E um só destino a embarcar No cais da nova nau das d

Maria Rita canta Elis Regina

    Depois de dez anos a consolidar um percurso em nome próprio, Maria Rita decidiu prestar uma homenagem à mãe.     Depois de dez anos a consolidar um percurso em nome próprio, iniciado em 2003 com o álbum homónimo, Maria Rita decidiu entrar no repertório da mãe.  Em 2012, quando se assinalaram os 30 anos da morte de Elis Regina, Maria Rita realizou, a partir de uma ideia do irmão João Marcello Boscoli, um espectáculo de homenagem à mãe com apenas cinco datas.  Mas o sucesso do espectáculo levou-a à marcação de uma digressão e à gravação, em CD e DVD, do repertório interpretado.  "Redescobrir", que reflecte o que é ainda hoje a devoção do público brasileiro para com Elis Regina, Maria Rita interpreta "Como nossos pais", "Águas de Março", "Fascinação", "Romaria", "Madalena" ou "Vou deitar e rolar (Qua Qua Ra Qua Qua)", num alinhamento com quase 30 temas.  Maria Rita, que já actuou várias vezes em Portu

Esta quase...

Escrever...

"É bom escrever porque reúne as duas alegrias: falar sozinho e falar a uma multidão." Cesare Pavese

Morreu o fotógrafo de Marilyn: Bert Stern

  Bert Stern             Em 1962, ofereceu um canto de cisne a Marilyn Monroe: a sessão The Last Sitting.                             Teve um importante papel na redefinição da fotografia de publicidade e de moda nos anos 1950 e 1960, mas para o grande público ficará para sempre conhecido como o fotógrafo que captou o ícone Marilyn Monroe, seis meses antes da sua morte, para a revista Vogue. Bert Stern morreu esta terça-feira, na sua casa de Manhattan, em Nova Iorque, aos 83 anos. A morte foi confirmada por uma amiga de longa data, Shannah Laumeister. Não se conhecem ainda as causas da morte. As fotos de Marilyn Monroe, tiradas durante três dias em Junho de 1962, no hotel Bel-Air de Los Angeles, estão incluídas no livro Marilyn Monroe: The Last Sitting , editado em 2000. “Foi uma experiência única ter Marilyn Monroe num quarto de hotel, apesar de ter sido transformado num estúdio para poder fazer o que queria”, haveria de

Love it !!

  Sara   Wait a minute baby... stay with me a while you said you'd give me light but you never told me about the fire drowning in the sea of love where everyone would love to drown and now its gone it doesn't matter anymore when you build your house then call me home and he was just like a great dark wing within the wings of a storm i think i had met my match - he was singing and undoing the laces undoing the laces sara, you're the poet in my heart never change, never stop and now it's gone it doesn't matter what for when you build your house, than call me home the night is coming and the starling flew for days i'd stay at home at night all the time i'd go anywhere, anywhere, anywhere ask me and i'll be there because i care sara, you're the poet in my heart never change, never stop and now it's gone it doesn't matter what for

Gosto!

Acredito que tudo tem um final feliz Acredito no azul do céu e no sorriso das estrelas. Gosto do cheiro da terra molhada Gosto de todas as flores. Gosto das pedras redondas de andar descalça e sorrir... Adoro sorrisos verdadeiros. Gosto de sentir o amanhecer e o cheiro da manhã. Gosto do acordar dos meus filhos dos seus bons dias. Gosto das palavras e dos seus sons. Gosto das coisas pequenas da vida das mais simples...   RNL

Conto histórias...

"Conto histórias como quem escreve na areia. O vento, que sempre corre nos areais tratará de apagar esse registo. Conto histórias como quem escreve na areia porque só assim sou capaz de me reescrever todos os dias, e as utopias que me iluminam a jornada e me permitem estender infinitamente as fronteiras da realidade. " Cristina Taquelim :)))))

Sugestões de leitura para levar de férias :))

Festa no Covil Autor: Juan Pablo Villalobos Editora: Ahab Em "Festa no Covil", a vida quotidiana de um poderoso traficante é vista pelos olhos do filho, um rapaz curioso e com uma inteligência fulminante. Tochtli vive trancado num palácio no meio do nada e adora colecionar chapéus, desvendar mistérios e ler o dicionário todas as noites. Também gosta muito de franceses, que inventaram a guilhotina, e de filmes de samurais. Mas Tochtli tem uma obsessão: completar o seu mini zoológico privado com um raríssimo hipopótamo anão da Libéria. O pai, Yolcaut, consegue tudo o que quer e é bem capaz de lhe fazer a vontade. "Festa no Covil", o excelente e promissor romance de estreia de Juan Pablo Villalobos, é a crónica de uma viagem delirante para realizar o desejo de uma criança. Um Romance é sempre bom para aquecer os corações :) Luz Antiga Autor: John Banville Editora:Porto Editora Existe alguma diferença entre a memória e a

Sempre...

Porque existem pessoas que persistem em ficar nas nossas vida para sempre... Persistem em cada passo que seguimos em frente com vontade de voltar para trás. Voltar aquele momento em que os nossos olhares pararam e me perdi no teu abraço seguro e forte.   RNL  

Concha Buika - La Bohemia

                                     'LA BOHEMIA'     Bohemia de París, alegra lo que es gris, de un tiempo ya pasado. En donde en un desván con traje de can-can posabas para mi y yo con devoción pintaba con pasión, tu cuerpo fatigado. Hasta el amanecer, aveces sin comer y siempre sin dormir. La bohemia, la bohemia era el amor, felicidad, la bohemia, la bohemia era una flor de nuestra edad. Debajo de un quintal la mesa del café, feliz nos reunía hablando sin cesar soñando con llegar la gloria conseguir. Y cuando algún pintor hallaba un comprador y un lienzo le vendía solíamos gritar correr y pasear alegres por París La bohemia, la bohemia era jurar que yo te ame. la bohemia, la bohemia yo junto a ti triunfar por él. Teníamos salud, sonrisa, juventud y nada en los bolsillos, con frió con calor, el mismo buen humor. Bailaba nuestro ser luchando siempre igual, con hambre hasta el final Hacíamos castillos

Novos Talentos FNAC Música 2013

        Colectânea Novos Talentos FNAC Música pretende ser um retrato fiel dos projectos emergentes da cena musical portuguesa. Após o sucesso atingido com as edições de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 nas quais se destacaram os então desconhecidos Deolinda , Mazgani , Rita Redshoes , Sean Riley & The Slowriders , Os Paus , Samuel Úria , B Fachada , Os Pontos Negros, Orelha Negra, Capicua, We Trust, Capitão Fausto, Best Youth ou Memória de Peixe a FNAC volta a lançar, este ano, uma nova edição que integra 36 temas inéditos, de 36 novos talentos, num CD duplo. O CD Novos Talentos FNAC 2013 revela o futuro da música portuguesa, a nova geração de músicos portugueses que aposta, cada vez mais, numa mistura de linguagens na qual se cruzam estéticas e discursos inovadores. A totalidade das receitas deste CD reverte para o projeto de responsabilidade social Infotecas FNAC/AMI – Contra a Infoexclusão que visa construir espaços de acesso às Tecnologias da Info

Michael Nyman em Portugal

      Michael Nyman é uma das mais incontornáveis referências da música contemporânea, compositor de excepção com uma obra vasta e reconhecida. O pianista regressa agora ao nosso País para se apresentar a solo, um dos formatos com que tem recolhido maiores elogios ao longo dos anos. A íntima relação que possui com o piano manifestou-se várias vezes ao longo da sua discografia e também na sua celebrada banda sonora para o filme de Jane Campion, "O Piano". Nyman assinou também bandas sonoras para filmes de Peter Greenaway e é autor de várias óperas, incluindo "Facing Goya" ou "Sparkie: Cage and Beyond". Cidadão britânico, Michael Nyman já foi distinguido com uma condecoração pela Casa Real, possui no seu currículo prémios notórios como o Ivor Novello e o Globo de Ouro e, entre variadíssimos outros momentos altos de uma irrepreensível carreira, foi escolhido para tocar em Kyoto em 2007 como parte do evento Live Earth. A Portugal regressa para doi

Raro de encontar

Amigo Mal nos conhecemos Inaugurámos a palavra «amigo». «Amigo» é um sorriso De boca em boca, Um olhar bem limpo, Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, Um coração pronto a pulsar Na nossa mão! «Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?) «Amigo» é o contrário de inimigo! «Amigo» é o erro corrigido, Não o erro perseguido, explorado, É a verdade partilhada, praticada. «Amigo» é a solidão derrotada! «Amigo» é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim, Um espaço útil, um tempo fértil, «Amigo» vai ser, é já uma grande festa! Alexandre O'Neill, in 'No Reino da Dinamarca'

;))

Happy days :))

Finalmente acabamos a nossa horta. Agora já temos tomates, espinafres,salsa, couves, alfaces, pimentos, coentros e alhos franceses. O Simão é o responsável pela horta e tem que a trazer sempre regadinha e limpinha :))            

Pensamos de Mais e Sentimos de Menos

Queremos todos ajudar-nos uns aos outros. Os seres humanos são assim. Queremos viver a felicidade dos outros e não a sua infelicidade. Não queremos odiar nem desprezar ninguém. Neste mundo há lugar para toda a gente. E a boa terra é rica e pode prover às necessidades de todos. O caminho da vida pode ser livre e belo, mas desviámo-nos do caminho. A cupidez envenenou a alma humana, ergueu no mundo barreiras de ódio, fez-nos marchar a passo de ganso para a desgraça e a carnificina. Descobrimos a velocidade, mas prendemo-nos demasiado a ela. A máquina que produz a abundância empobreceu-nos. A nossa ciência tornou-nos cínicos; a nossa inteligência, cruéis e impiedosos. Pensamos de mais e sentimos de menos. Precisamos mais de humanidade que de máquinas. Se temos necessidade de inteligência, temos ainda mais necessidade de bondade e doçura. Sem estas qualidades, a vida será violenta e tudo estará perdido. O avião e a rádio aproximaram-nos. A própria natureza destes inventos é um apelo

Fim de semana, descanse e leia :)

DA AUTORA DE A RAPARIGA DO BRINCO DE PÉROLA  A Última Fugitiva de Tracy Chevalier Editorial Presença   A Última Fugitiva é um romance vibrante sobre os tempos que antecederam a guerra civil norte-americana e a abolição da escravatura. Passa-se no Ohio rural, na década de 1850. Honor Bright é uma jovem quaker de Dorset que parte para a América em busca de uma nova vida. Cedo toma contacto com o Underground Railroad, um movimento de pessoas que ajudam os escravos negros a fugir para norte em busca da liberdade, uma causa a que os quakers eram muito sensíveis. Tracy Chevalier entretece com entusiasmo e beleza a história dos quakers pioneiros e a dos escravos fugitivos, revelando o espírito e a coragem de homens e mulheres comuns que tentaram fazer a diferença, desafiando até as suas próprias convicções mais profundas.

Livro do Dia :))

Pela primeira vez, as cartas de amor de Fernando Pessoa e de Ofélia Queiroz são apresentadas em edição conjunta. Uma edição conjunta é a forma mais adequada para dar a ler uma correspondência, que pressupõe sempre um diálogo, uma interação, a existência concreta de dois interlocutores. Cada carta é, em si mesma, ou a resposta a outra carta ou pretexto para ela. Até quando o destinatário opta por não responder, de algum modo, o seu silêncio se inscreve na carta seguinte. Assim, uma relação amorosa, sustentada epistolarmente, como a de Pessoa e Ofélia, só é, na verdade, entendível quando os dois discursos se cruzam e mutuamente se refletem. Neste livro a ideia comum de que estaríamos perante um namoro platónico, sem réstia de erotismo, desfaz-se por inteiro. Vemos, enfim, surgir um Pessoa diferente do outro lado do espelho. Um Pessoa não só sujeito e manipulador da escrita, mas um Pessoa indefeso, objeto do discurso (e do afecto) de outrem, personagem de uma história real. S

Nas estantes os livros ficam (até se dispersarem ou desfazerem) enquanto tudo passa. O pó acumula-se e depois de limpo torna a acumular-se no cimo das lombadas. Quando a cidade está suja (obras, carros, poeiras) o pó é mais negro e por vezes espesso. Os livros ficam, valem mais que tudo, mas apesar do amor (amor das coisas mudas que sussurram) e do cuidado doméstico fica sempre, em baixo, do lado oposto à lombada, uma pequena marca negra do pó nas páginas. A marca faz parte dos livros. Estão marcados. Nós também. Pedro Mexia, in "Duplo Império"

Vida de um Livro

  Acredito que a vida de um livro enquanto está nas mãos do autor não é mais importante do que quando está nas mãos do leitor. O leitor é quase sempre um autor ele próprio. É ele que dá significado às palavras e por isso até acho muito interessante quando as pessoas me vêm apontar coisas que não eram minha intenção, mas que de facto estão lá. E há muitas outras coisas que foram minhas intenções e que nunca ninguém me referiu, e no entanto também lá estão. Se calhar alguém reparou nelas ou ainda vai reparar. Tudo o que um leitor leia num livro é legítimo porque nessa fase o leitor é tudo, é ele que faz o livro. José Luís Peixoto, in 'Diário de Notícias (2003)'  

Eu...

Deslizamento Eu peguei no meu amor e levei-o pra baixo Escalei uma montanha e virei-me Vi meu reflexo nas colinas cobertas de gelo E o deslizamento deitou me abaixo   Oh, espelho do céu - o que é amor? Pode a criança no meu coração se elevar? Posso navegar através das inconstantes ... marés? Posso cuidar das estações da minha vida? Eu não sei ..... eu não sei ...   Bem, eu tenho tido medo de mudar Porque eu construi a minha vida ao teu  redor Mas o tempo faz com que fique usado, as crianças ficam mais velhas Estou ficar velho também...   Portanto, leva este amor ...  destrói Oh, se tu subires a  uma montanha e te virares   Estarás a ver o meu reflexo nas colinas cobertas de neve ...  Vem, o deslizamento te trará para baixo;  O deslizamento te trará para baixo ...   Stevie Nicks - Landslide                Foto de Pedro Viseu  

sleeeepppppp

Depois de quase 3 noitinhas sem dormir hj estou assim...  

Limpo palavras...

Limpo palavras. Recolho-as à noite, por todo o lado: A palavra bosque, a palavra casa, a palavra flor. Trato delas durante o dia Enquanto sonho acordado. A palavra solidão faz-me companhia. Quase todas as palavras Precisam de ser limpas e acariciadas: A palavra céu, a palavra nuvem, a palavra mar. Algumas têm mesmo de ser lavadas, é Preciso raspar-lhes a sujidade dos dias E do mau uso. Muitas chegam doentes, Outras simplesmente gastas, estafadas, Dobradas pelo peso das coisas Que trazem às costas. A palavra pedra pesa como uma pedra. A palavra rosa espalha o perfume no ar. A palavra árvore tem folhas, ramos altos. Podes descansar à sombra dela. A palavra gato espeta as unhas no tapete. A palavra pássaro abre as asas para voar. A palavra coração não pára de bater. Ouve-se a palavra canção. A palavra vento levanta os papéis no ar E é preciso fechá-la na arrecadação. No fim de tudo voltam os olhos para a luz E vão para longe, leves palavras voadoras Sem nada que as prenda à terra, Outr

A Amizade e o Amor Segundo uma Lógica de Bazar

Desconfia-se do que é dado e pesa-se o que se recebe. A amizade e o amor parecem gerir-se, por vezes, segundo uma lógica de bazar. Já nem é considerado má-educação perguntar quanto é que uma prenda custou. Se esse preço é excessivo chega-se a dizer que não se pode aceitar. Recusar uma dádiva é como chamar interesseiro ao dador. É desconfiar que existe uma segunda intenção. De qualquer forma, só quem tem medo (ou corre o risco) de se vender pode pensar que alguém está a tentar comprá-lo. Quem dá de bom coração merece ser aceite de bom coração. A essência sentimental da dádiva é ultrajada pela frieza da avaliação. A mania da equitatividade contamina os espíritos justos. É o caso das pessoas que, não desconfiando de uma dádiva, recusam-se a aceitar uma prenda que, pelo seu valor, não sejam capazes de retribuir. Esta atitude, apesar de ser nobre, acaba por ser igualmente destrutiva, pois supõe que existe, ou poderá vir a existir, uma expectativa de retribuição da parte de quem dá. Mas que

A Esperança de uma Relação Profunda

Conhecemos as pessoas durante anos, até mesmo dezenas de anos, habituamo-nos a evitar os problemas pessoais e os assuntos verdadeiramente importantes, mas guardamos a esperança de que, mais tarde, em circunstâncias mais favoráveis, se possam justamente abordar esses assuntos e esses problemas. A esperança, sempre adiada, de um relacionamento mais humano e mais completo nunca desaparece completamente, porque nenhuma relação humana se contenta com limites definitivos, restritos e rígidos. Permanece, portanto, a esperança, de que haja um dia uma relação «autêntica e profunda». E permanece durante anos, até mesmo décadas, até que um acontecimento definitivo e brutal (em geral, uma coisa como a morte) vem dizer-nos que é demasiado tarde, que essa «relação autêntica e profunda», cuja imagem tínhamos amado, também não existirá; não existirá, tal como as outras. Michel Houellebecq, in 'As Partículas Elementares'

Para pais atentos

Agora não, Duarte! , de David Mckee, é uma obra que se caracteriza pela simplicidade e brevidade textuais, acentuadas ainda pela repetição, pelos vários paralelismos, escondendo, ou pelo menos mascarando, a grande complexidade e seriedade do assunto tratado – a falta de atenção e de diálogo nas relações entre pais e filhos.   Ana Margarida Ramos Casa da Leitura

Pare, relaxe e leia :)))

Os Pássaros de Seda Graças à qualidade eterna do carácter de minha mãe e ao consequente travão que ela pôs à entrada do "progresso" naquela casa, a Pedra Moura guardou para sempre a sua transcedência de lugar mágico. O reino dos contos de fadas e dos autos de Natal, o mundo dos antigos aromas e sabores, o sítio da infância, o refúgio ideal para nascer e para morrer. Assim terminam as memórias de Mário, um dos protagonistas de Os Pássaros de Seda , um livro sobre a condição humana, que opõe os valores perenes da infância, do maravilhoso e do amor à precariedade das paixões e dos transes da fortuna. Um magnífico romance que, depois de O Pranto de Lúcifer , confirma a sua autora como uma presença incontornável no panorama da nova ficção portuguesa.      "Lá fora, grandes tabuleiros de madeira cheios de tejelas de marmelada esperavam o sol  da manhã, que no Outono, já entrado ia lindo e quente, capaz de secar o precioso doce, dispotado por vespas e abelhas sob

Hoje olhei para ti com um olhar diferente

Estas velho… Apeteceu me abraçar te e dizer o quanto gosto de ti O tempo foi injusto para nós Lembras te da bicicleta cor de rosa, Pai? no quanto me fizeste feliz naquele dia? Nem tudo foi mau Naquele momento só te queria   ter nos meus braços… Folheavas aquele livro que falava do teu pai Lias em voz alta como se o tempo não tivesse passado. Estavas lá, naquele momento… Tu eras tão forte… O que foi feito de ti? Apetceu me dizer te baixinho… Fazes me tanta falta...   Rita na Lua   2013

Recordando Manuel António Pina

    Jornalista e escritor, Manuel António Pina nasceu no ano de 1943, no Sabugal, na Beira Alta, e faleceu a 19 de outubro de 2012, no Porto. Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1971, exerceu a advocacia e foi técnico de publicidade. Abraçou a carreira de jornalista no Jornal de Notícias, onde passou a editor. A sua colaboração nos "media" também se distribui pela rádio e pela televisão. Autor de livros para a infância e juventude e de textos poéticos, a sua obra apresenta uma grande coesão estrutural e reflete uma grande criatividade, exige do leitor um profundo sentido crítico e descodificador."Brincando" com as palavras e os conceitos, num verdadeiro trocadilho, Manuel António Pina faz da sua obra um permanente "jogo de imaginação", tal labirinto que obriga a um verdadeiro trabalho de desconstrução para se encontrar a saída. Afirmou-se como uma das mais originais vozes poéticas na expressão pós-pessoana da fragmentação do eu