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Quem não espera...


  





 EU ESPERO...



                             


Uma extraordinária metáfora da vida dada por um fio que corre, passando de página para página (desde a folha de rosto até à página final preenchida com o fio apanhado em meada), e que arrasta acontecimentos marcantes que constroem um ser na sua plena dimensão humana. Vida feita de alegrias e tristezas, mas com a espera sempre como elemento recorrente. O livro, e em particular a capa, tem o formato de um sobrescrito com janela, de onde sai a imagem de uma criança com olhar expectante; a partir daqui os vários momentos representados articulam-se de forma solidária e mostram ao leitor que há sempre um amanhã e que vale a pena acreditar no futuro. O modo sóbrio como se representam as personagens e a profundidade da expressão do traço do ilustrador, reforçados pela omnipresença do fio vermelho da vida, tornam este livro um objecto de arte de grandíssima qualidade.
 Casa da Leitura
 








Espero que ela diga sim.


“Eu espero” é um livro que fala das coisas pelas quais se espera na vida. Quando se é pequeno, esperam-se pequenas coisas: que o bolo esteja bom, que chegue o Natal, um beijo antes de adormecer; depois, ao crescer, esperamos coisas maiores: o amor ou o fim da guerra.
Fiz sempre banda desenhada e livros humorísticos, mas, recentemente, senti a necessidade de escrever um livro sobre o sentido da vida. Assim nasceu “Eu espero”. O livro conta as coisas que se passam na vida com frases curtas, mas principalmente com imagens simples e ternas, desenhadas por Serge Bloch.
A vida é feita de acontecimentos alegres ou tristes; o mesmo se passa em “Eu espero”: o amor, o casamento, mas também a doença e a morte. Se bem que repleto de emoção, não se pode considerar um livro triste.
Talvez seja o meu melhor livro até hoje e agradeço à Sarbacane, que teve a coragem de editar um livro tão pouco convencional e também ao Serge Bloch que fez um trabalho excepcional: o fio encarnado que atravessa as ilustrações de uma página a outra representa bem o fio da vida que quis contar.
 Davide Cali


TEXTO
Davide Cali
ILUSTRAÇÃO
Serge Bloch
EDITORA
Bruaá



 


 

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