Os Pássaros de Seda
Graças à qualidade eterna do carácter de minha mãe e ao consequente travão que ela pôs à entrada do "progresso" naquela casa, a Pedra Moura guardou para sempre a sua transcedência de lugar mágico.
O reino dos contos de fadas e dos autos de Natal, o mundo dos antigos aromas e sabores, o sítio da infância, o refúgio ideal para nascer e para morrer.
Assim terminam as memórias de Mário, um dos protagonistas de Os Pássaros de Seda, um livro sobre a condição humana, que opõe os valores perenes da infância, do maravilhoso e do amor à precariedade das paixões e dos transes da fortuna.
Um magnífico romance que, depois de O Pranto de Lúcifer, confirma a sua autora como uma presença incontornável no panorama da nova ficção portuguesa.
"Lá fora, grandes tabuleiros de madeira cheios de tejelas de marmelada esperavam o sol da manhã, que no Outono, já entrado ia lindo e quente, capaz de secar o precioso doce, dispotado por vespas e abelhas sob rodelas de papel vegetal."
Comentários
Enviar um comentário