Sublime...
Miles Dewey Davis Jr III(Alton, Illinois, 26 de Maio de 1926 - Santa Monica, Califórnia, 28 de Setembro de 1991) foi um dos mais influentes trompetistas do séc. XX
Polêmico, profundamente envolvido com o movimento dos direitos civis e ele próprio vitima de violência policial e discriminação racial, Miles soube manter-se na vanguarda de quase todos os movimentos dojazz até à sua morte na década de 90.
Saíu cedo de Illinois, onde o seu pai era um abastado e respeitado médico.
Após frequentar a Julliard School of Music de New York, cujo curso não chegou a completar, começou a tocar com Charlie Parker, onde lentamente o seu talento foi despontando, começando a ter os seus primeiros solos.
Não tardou a ganhar asas e experimentar voar a solo e o sucesso chegou pouco tempo depois.
Foi um dos pioneiros do jazz modal, com o seminal “Kind of Blue” e um dos fundadores e maiores cultores do jazz de fusão ou “Jazz-rock”, de que são exemplos maiores “Live at Fillmore East” e “Bitches Brew”, ainda hoje um dos mais bem sucedidos álbuns de jazz de sempre.
Sempre privilegiou nas suas interpretações a simplicidade, a profundidade e a nitidez em deterimento da sucessão rápida de notas. Ouça-se “My Funny Valentine”…
Outro dos seus grandes feitos foi o facto de ser um dos poucos bandleaders (juntamente com Art Blakey) com a visão para se saber rodear dos melhores músicos do seu tempo e com eles encontrar novo estímulo para evoluir na exploração do seu som, enquanto simultaneamente lançava novos talentos.
Entre os muitos ensembles que reuniu na sua vasta carreira, destacam-se dois grandes quintetos: o 1º em finais dos anos 50/inícios da década de 60 (com “Cannonball” Adderley, John Coltrane (ambos no sax), Bill Evans (piano), Jimmy Cobb (bateria) e Paul Chambers (contrabaixo) ) e o 2º em finais da década de 60 (com Herbie Hancock (piano), Wayne Shorter, George Coleman (alternavam no sax), Ron Carter (contrabaixo) e Tony Williams (baterista, que começou na banda de Miles com apenas 17 anos!) ).
Deste brainstorming de mentes geniais do jazz, resultaram alguns dos álbuns mais influentes da história do jazz, tais como o já referido “Kind of Blue”, “Seven Steps to Heaven”, “Nefertiti”, “Someday My Prince Will Come” entre tantos outros.
A sua herança é incalculável, a sua obra é imensa e transporta em si intemporalidade, modernidade e inconformismo, um constante desafiar das fronteiras do jazz, aproximando-o mais do pop e do rock, chegando inclusivé a ser um dos pioneiros na utilização dos samples.
Eis a minha sugestão.
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