Explicações de Português explicadas outra vez
de Miguel Esteves Cardoso
«Sair dos dias. Não dormir. Não falar com ninguém. Ficar de fora do lá
de fora. Ocupar o coração. À força. Ser como ele. É muito bom e faz
muito bem.
Sair de nós. Cair nos outros. Não escrever. Ler. Não pensar. Lembrar. Os amigos quietos. O murmúrio do riso que riram. A família parada. O colo onde cabe a cabeça. O amor adormecido. Estas coisas acordam. E sossega saber que nós não somos nada sem eles.
É muito bom e faz muito bem.»
Sair de nós. Cair nos outros. Não escrever. Ler. Não pensar. Lembrar. Os amigos quietos. O murmúrio do riso que riram. A família parada. O colo onde cabe a cabeça. O amor adormecido. Estas coisas acordam. E sossega saber que nós não somos nada sem eles.
É muito bom e faz muito bem.»
Madrugada Suja
de Miguel Sousa Tavares
No princípio, há uma madrugada suja: uma noite de álcool de estudantes
que acaba num pesadelo que vai perseguir os seus protagonistas durante
anos.
Depois, há uma aldeia do interior alentejano que se vai despovoando aos
poucos, até restar apenas um avô e um neto. Filipe, o neto, parte para o
mundo sem esquecer a sua aldeia e tudo o que lá aprendeu. As
circunstâncias do seu trabalho levam-no a tropeçar num caso de corrupção
política, que vai da base até ao topo. Ele enreda-se na trama, ao mesmo
tempo que esta se confunde com o seu passado esquecido.
Intercaladamente, e através de várias vozes narrativas, seguimos o
destino dessa aldeia e em simultâneo o dos protagonistas daquela
madrugada suja e daquela intriga política. Até que o final do dia e o
raio verde venham pôr em ordem o caos aparente.
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